Paula Laboissière Repórter da Agência Brasil
Brasília - A pesquisadora Luciana Jaccoud, coordenadora da área de Igualdade Racial do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), acredita na importância de políticas universais de combate à pobreza, por exemplo, mas avalia que tais iniciativas não são suficientes para mudar o cenário de desigualdades raciais no Brasil. Para ela, a estratégia deve ser a compensação por meio de ações afirmativas voltadas para negros e pardos.
Uma das coordenadoras da publicação Desigualdades Raciais, Racismo e Políticas Públicas 120 anos após a Abolição, lançada hoje (20), Luciana lembra que alguns indicadores negativos têm apresentado queda, mas a maioria tem se mantido estável e, em alguns casos, o Ipea observou até mesmo o agravamento das desigualdades raciais.
“Por exemplo, no acesso ao ensino médio e ao ensino superior. Apesar do grupo dos jovens brancos e negros ter aumentado o acesso, o número de jovens brancos é bem acima do de negros. A distância entre esses grupos está aumentando, o que é muito negativo para o país em termos da promoção da igualdade, da diversidade e de oportunidade para todos os grupos sociais.”
Entre as iniciativas consideradas “promissoras” – mas ainda pontuais –, ela destaca experiências de ação afirmativa em universidades públicas federais e estaduais. O estudo identificou, segundo ela, um conjunto de mais de 40 universidades que, de forma autônoma, promoveu medidas como cotas e sistema de bonificações para a população negra.“ Há um impacto importante na diversidade e na formação de uma elite brasileira. Esses estudantes têm desempenho igual ao dos estudantes não-cotistas e, em alguns casos, superior”, diz.
Outro destaque apontado pela pesquisadora é o Programa de Combate ao Racismo Institucional, desenvolvido nos dois últimos anos pelo Ministério da Saúde. O que se observa, de acordo com Luciana, é que, apesar da política de saúde ser universal, a continuidade do tratamento não tem sido igual para negros e brancos. Dados mostram uma desigualdade no tratamento e no acolhimento da população negra e parda dentro das instituições do Sistema Único de Saúde (SUS). “O racismo institucional não é um racismo direto, que as pessoas têm como objetivo à exclusão”, explica
Projeto de Incentivo à Permanência de Estudantes Cotistas, do Centro de Estudos Afro-Orientais(CEAO/UFBA)
Objetivo Geral
Consolidar o Programa de Ações Afirmativas da UFBA.
Cursos de Inglês, Produção de Textos e de Informática
Oficina Discutindo Inclusão e Cidadania – ciclo de debates com a participação de lideranças de organizações negras e de terapeuta ocupacional (expressão corporal)
Mostra de Cinema da Diáspora – mostra de filmes relacionados à temática étnico-racial.
Consolidar o Programa de Ações Afirmativas da UFBA.
Objetivos específicos:
- Ampliar as oportunidades de permanência na universidade para alunos negros, de escola pública e de baixa renda, estimulando o desenvolvimento de habilidades que serão de fundamental importância durante sua formação acadêmica;
- estimular o conhecimento da história e cultura afro-brasileiras;
As(Os) estudantes freqüentam os mais variados cursos: História, Pedagogia, Farmácia, Engenharia Mecânica, Química, Letras, Administração, Ciências Contábeis, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Secretariado Executivo, Comunicação, Design, etc...
AÇÕES DESENVOLVIDAS
Cursos de Inglês, Produção de Textos e de Informática
Oficina Discutindo Inclusão e Cidadania – ciclo de debates com a participação de lideranças de organizações negras e de terapeuta ocupacional (expressão corporal)
Mostra de Cinema da Diáspora – mostra de filmes relacionados à temática étnico-racial.
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