Projeto de Incentivo à Permanência de Estudantes Cotistas, do Centro de Estudos Afro-Orientais(CEAO/UFBA)

Objetivo Geral
Consolidar o Programa de Ações Afirmativas da UFBA.

Objetivos específicos:
- Ampliar as oportunidades de permanência na universidade para alunos negros, de escola pública e de baixa renda,
estimulando o desenvolvimento de habilidades que serão de fundamental importância durante sua formação acadêmica;
- estimular o conhecimento da história e cultura afro-brasileiras;

As(Os) estudantes freqüentam os mais variados cursos: História, Pedagogia, Farmácia, Engenharia Mecânica, Química, Letras, Administração, Ciências Contábeis, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Secretariado Executivo, Comunicação, Design, etc...

AÇÕES DESENVOLVIDAS

Bolsa-auxílio mensal (R$ 300,00), durante 4(quatro) meses (semestre acadêmico)
Cursos de Inglês, Produção de Textos e de Informática
Oficina Discutindo Inclusão e Cidadania – ciclo de debates com a participação de lideranças de organizações negras e de terapeuta ocupacional (expressão corporal)
Mostra de Cinema da Diáspora – mostra de filmes relacionados à temática étnico-racial.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Conexão de Saberes passa por avaliação

O projeto Conexão de Saberes será avaliado na próxima semana, em seminário promovido pelo Ministério da Educação, por representantes de 33 universidades federais e pela organização não governamental Observatório das Favelas. O projeto oferece bolsas de iniciação científica a estudantes de baixa renda matriculados em instituições federais de educação superior para que eles desenvolvam atividades de extensão.

O seminário terá início na segunda-feira, dia 2 de março, na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia (GO), e se estenderá até quinta-feira, 5. Participam do projeto 2,2 mil alunos de graduação matriculados em 33 universidades.

De acordo com Leonor Franco, coordenadora de diversidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), além de avaliar as atividades do Conexão de Saberes, o seminário vai preparar uma agenda de ações afirmativas das universidades federais para o período até 2011. A agenda compreenderá temas como a reserva de vagas com base étnica e econômica e políticas de assistência estudantil (alimentação e habitação). O objetivo do projeto é a permanência, com sucesso, do estudante na universidade sem que ele perca o contato direto com a comunidade de origem.

Ao ingressar no Conexão de Saberes, o universitário assiste a aulas de inclusão digital e política, recebe informações sobre metodologia de pesquisa e extensão e ganha uma bolsa de iniciação científica — em 2008, era de R$ 300 mensais. Em contrapartida, desenvolve atividades em diversos programas. Entre eles, o Escola Aberta, pré-vestibular para alunos de baixa renda em comunidades quilombolas ou indígenas. O estudante também participa da promoção de ações sociais e de saúde, especialmente para crianças e adolescentes, como prevenção ao uso de drogas e gravidez na adolescência.

Em 2009, o MEC vai lançar edital do projeto para as 57 instituições federais de educação superior. De 2004, quando foi criado, a 2008, o Conexão de Saberes passou de cinco para 33 universidades e de 75 para 2,2 mil estudantes.

Conexão de Saberes — evolução

Universidades Bolsistas
2004 (piloto) 5 75
2005 14 210
2006 26 520
2007 31 775
2008 33 2.200

O programa do seminário compreende debates de diversos temas e grupos de trabalho.

Ionice Lorenzoni

FONTE: http://portal.mec.gov.br/secad/index.php?option=com_content&task=view&id=12158&interna=6

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

sábado, 20 de dezembro de 2008

TV Senado exibe Debate "Cotas Étnicas nas universidades"

ASSISTA NESTE DOMINGO, 21.12.2008, NA TV SENADO:

DEBATE SOBRE: "COTAS ÉTNICAS NAS UNIVERSIDADES"
Hora: 13h30min

Programa: Cidadania Debate
RESUMO: O Juiz Federal William Douglas (branco) e o advogado José Roberto Militão (negro)falam sobre as cotas nas Universidades Federais.
O programa se chama "Cidadania" e teremos as seguintes reprises:
Segunda- dia 22 - 19h00
Terça - dia 23 - 03h00
Quarta - dia 24 - 06h00
Quinta - dia 25 - 13h30
Sexta - dia 26 - 19h00

Dê sua opinião:
Alô Senado - 0800 61 2211
Endereço eletrônico: tv@senado.gov.br
Carta: Senado Federal Via N2 - Anexo II - Bloco B - Subsolo Brasília - DF CEP: 70165-920
Fax (61) 3311-4559 Programação - (61) 3311-4647

Presidente eleito traz inteligência de volta à política dos EUA, diz autor de "Império"

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

A eleição do democrata Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos trouxe a "inteligência" de volta ao debate político do país, na opinião de Michael Hardt, professor de literatura da Universidade Duke e co-autor, com Antonio Negri, dos livros "Império" e "Multidão".
De acordo com Hardt, desde os mandatos do republicano Ronald Reagan (1981-1989), passando pelos de George Bush pai (1989-1993) e filho (2001-2008) e do democrata Bill Clinton (1993-2001), os presidentes vinham adotando um discurso populista simples, talvez para tentar se aproximar do eleitor médio. Obama, por sua vez, faz o discurso da inteligência.
"Obama se apresenta simplesmente como inteligente. Clinton, que é muito inteligente, tinha a estratégia de falar de forma simples. Obama tem um discurso público inteligente. Não sei se funciona politicamente. Bush se faz de burro. Começou com Reagan, e o estilo passou a ser esse daí em diante. Um estilo do populismo de direita era falar diretamente às pessoas. Clinton usou a estratégia da direita, e agora há uma mudança evidente", disse Hardt, que veio ao Brasil para o Fórum Livre do Direito Autoral, na UFRJ, no Rio.
Em sua opinião, esse discurso "inteligente" pode ter sido um dos motivos -aliado ao fato de ser negro- de Obama ter conseguido mobilizar ativamente a população e setores de esquerda em seu favor, despertando-lhes novamente o "orgulho" de ser americanos.
Para Hardt, a vitória de Obama teria sido impossível sem os movimentos de direitos civis da década de 1960 e sem a política de cotas nas universidades.
"Quando mais um negro estudaria direito em Harvard?", questionou, referindo-se à tradicional universidade norte-americana. "Obama é um exemplo de como as lutas sociais impulsionam um processo de evolução da sociedade."
A afirmação do professor foi uma resposta à pergunta da Folha sobre se o fato de não ter havido no Brasil um confronto racial aberto poderia ser uma explicação para as dificuldades de ascensão social dos negros.
Hardt acredita que mecanismos semelhantes poderiam ter resultado positivo também no Brasil, onde sente a falta de uma elite econômica e intelectual negra. "Quantos negros havia hoje à mesa e no auditório da universidade?", perguntou.
As cotas são polêmicas e controversas, mas "absolutamente necessárias", em sua visão.
Hardt considera que a eleição de Obama não extingue o problema racial nos EUA. "A eleição é obviamente simbólica, como foi a de Lula para o Brasil, mas um homem negro na Casa Branca não significa que não haja mais racismo."
Para ele, as estruturas hierárquicas de racismo seguem presentes, mas mudam a discussão e a política sobre raça. "Mais coisas parecem possíveis."
Segundo Hardt, a eleição de Obama aponta o caminho no sentido de uma revolução a partir da qual "a cor da pele não teria mais relevância que a cor dos olhos"

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pesquisa mostra novo perfil do lar brasileiro (parte III)

BRASÍLIA - Mesmo com todos os avanços apontados pela pesquisa Retratos do Brasil, também persiste a desigualdade de raça no mercado de trabalho e na educação. A expectativa de vida da população branca, por exemplo, é maior que a negra. Entre 1993 e 2007, o grupo de homens brancos com 60 anos ou mais de idade passou de 8,2% para 11,1% enquanto o de negros na mesma faixa etária aumentou de 6,5% para 8,0%. Mas a proporção de negros na população aumentou de 45,1% para 49,8% nos últimos 15 anos. O aumento da população que se identifica como preta ou parda ocorre praticamente em todas as faixas etárias, o que mostra mudança nos padrões culturais brasileiros.
– As políticas afirmativas contribuíram para esse avanço social – afirma o coordenador do grupo de estudos afro-brasileiro da Universidade de Brasília (UnB), professor Nelson Inocêncio. – Mas outras ações antecederam essa política como a luta do movimento negro pela identidade positiva, além dos movimentos artísticos e culturais que levaram às pessoas a terem prazer em se assumirem negras.
Cotas raciais
Segundo o professor, o sistema de cotas raciais pelas universidades são um exemplo de política afirmativa que tem contribuído para a mudança cultural porque está mudando a paisagem do campus e a idéia racista de que lugar de negro é na cozinha.
No que se refere à renda financeira da população brasileira, as mulheres negras estão em extrema desvantagem, uma vez que sofrem uma dupla discriminação: de gênero e raça. Em 2007, as mulheres negras ganhavam, em média, R$ 430, enquanto os homens brancos recebiam R$ 1.270.
A maioria dos domicílios que recebem benefícios assistenciais é chefiada por negros. É o caso de Ubirajara Ramos, 50 anos, morador de Seropédica, região metropolitana do Rio de Janeiro. Pedreiro e pai de cinco filhas, Ubirajara completa a renda mensal com o Bolsa Família. A esposa, dona de casa, é quem ajuda a organizar o orçamento e cuidar das filhas, principalmente a de 17 anos que sofre de distúrbios mentais.
–É uma barra segurar tanto sufoco – lamenta Ubirajara.
De acordo com os pesquisadores, os dados raciais da pesquisa não apresentam surpresa, já que os os dados de pobreza quando desagregados por cor e raça mostram que os negros são os mais pobres. Mas as informações dão visibilidade a uma realidade racista que exige respostas imediatas e reforçam a necessidade de adoção de mediadas que visem à valorização e promoção de igualdade racial nas ações públicas. (L.A.)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Estudantes cotistas valorizam mais a vaga na universidade, revela estudo

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os estudantes que entraram na universidade por meio do sistema de cotas para negros tendem a valorizar mais a sua vaga do que aqueles que não são cotistas, especialmente nos cursos considerados de baixo prestígio. Essa é uma das conclusões do estudo Efeitos da Política de Cotas na UnB: uma Análise do Rendimento e da Evasão, coordenado pela pedagoga Claudete Batista Cardoso, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB).

De acordo com a pedagoga, os cotistas negros obtiveram notas melhores do que os demais alunos em 27 cursos da UnB. No curso de música, por exemplo, as notas dos cotistas são 19% superiores às dos demais estudantes. Eles também se destacam em cursos como matemática, em que a diferença é de 15%, artes cênicas (14%), artes plásticas (14%), ciências da computação (13%) e física/licenciatura (12%).

De acordo com Claudete Cardoso, uma das explicações para o melhor desempenho é que os cotistas valorizam mais o fato de passar no vestibular e entrar na universidade, o que para eles pode representar uma possibilidade de mobilidade social.

“Até porque [geralmente] eles não conseguem entrar na universidade, então vêm as cotas, eles têm uma chance maior e tem sido atribuído esse melhor desempenho deles a um maior esforço para preservar a vaga, para chegar ao fim do curso”, disse a pesquisadora, em entrevista à Agência Brasil.

O estudo também mostrou que, em geral, os alunos cotistas têm desempenho melhor nos cursos da área de humanidades, rendimento semelhante ao dos demais na área de saúde e notas inferiores em alguns cursos de exatas, particularmente as engenharias. Isso porque são cursos que requerem uma base melhor do ensino médio, segundo Claudete.

“O aluno já entrou sabendo que uma das dificuldades é a barreira do vestibular, por isso a instituição das cotas. Na universidade ele precisa dessa base, é uma base que ele necessariamente vai ter que ter, então a dificuldade que ele encontra no vestibular se repete na universidade, por isso a diferença entre eles é bem maior e o cotista vai pior do que o não-cotista”, explicou.

Isso justifica as notas menores em cursos como engenharia civil (41% inferior às dos não-cotistas), engenharia mecatrônica (-32%) e engenharia elétrica (-12%).

Por outro lado, o caso do curso de matemática – no qual, apesar de ser da área das ciências exatas, os cotistas têm notas melhores – se justifica por ser um curso pouco prestigiado, não só na universidade, mas também socialmente e em termos de remuneração para o profissional.

De acordo com Claudete, em geral, os alunos acabam desistindo da carreira, já que o curso demanda um esforço relativamente grande, mas nem sempre dá o retorno profissional desejado. Para os cotistas, a visão é diferente. “Eles dão muito valor ao curso, mesmo que seja um curso de baixo prestígio social.”

Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/12/14/materia.2008-12-14.7115375794/materia_view

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CCJ aprova Dia Nacional da Consciência Negra

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou ontem o PL 4.437/04, da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que cria o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. De acordo com a proposta, a data comemorada atualmente em alguns estados passa a ser festejada nacionalmente. O dia 20 de novembro marca o falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares. A redação final do PL deve ser votada ainda neste ano.

A deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), que trabalhou para a apreciação da matéria, classificou a aprovação como uma vitória da população brasileira e dos afrodescendentes. O texto eleva Zumbi dos Palmares à condição de liderança negra do período colonial. "Nossa união resultou no reconhecimento merecido de Zumbi dos Palmares, herói do povo afrobrasileiro, que terá essa vitória contada em todos os livros de história", disse.

Janete Rocha Pietá agradeceu ao deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), autor de projeto sobre o tema, e aos deputados José Eduardo Cardozo (PT-SP) e José Genoíno (PT-SP), membros da bancada petista na CCJ. "Quero agradecer ao presidente da CCJ, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se sensibilizou com nossos argumentos e colocou a matéria em pauta para votação, após longo período de tramitação", disse.

Durante o debate da matéria, o deputado José Genoino destacou as políticas afirmativas implantadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reduzir a discriminação racial. Ele reconheceu, no entanto, que ainda é preciso avançar no combate à intolerância. "Mais que fazer uma homenagem ao líder Zumbi, a data servirá para lembramos que somos um País plural e que precisamos enfrentar os problemas raciais que ainda existe no País", afirmou.

fonte: Informe PT - Quinta 27/nov/08/Ano XV n 40123
http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=72415&Itemid=195