O desempenho dos estudantes negros cotistas é academicamente superior ao dos que não entraram na universidade por meio deste mecanismo da política de ações afirmativas. A conclusão é de pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e integra um leque de estudos científicos que estão sendo apresentados no VI Congresso Brasileiro de Pesquisadores( as) Negros(as) - Copene, na cidade do Rio de Janeiro.
Afrodiáspora: saberes pós-coloniais, poderes e movimentos sociais é o tema do encontro organizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), e que acontece de 26 a 29 deste mês, na UERJ. Estudos e debates sobre a realidade das populações negras - principalmente, as questões ligadas ao racismo, às reconstruções culturais diaspóricas, às resistências e (re)existências negras - norteiam o encontro, do qual participam Dora Lúcia Bertúlio, Elísio Lopes Jr e Eliane Borges, da Fundação Cultural Palmares.
GRANDE MÍDIA - Eliane Borges, chefe de gabinete da Fundação Cultural Palmares, representou o presidente Zulu Araújo na mesa de abertura do congresso. Ela também participa do evento como pesquisadora - apresentou, na segunda-feira (26), sua tese de doutorado, intitulada Negros(as) e ciência: uma análise sobre a inserção acadêmica de intelectuais negros(as). Cerca de duas mil pessoas, entre professores, estudantes e pesquisadores do Brasil e do exterior participam do evento.
Elísio Lopes, diretor da FCP, coordena hoje (28) a mesa-redonda ABPN 10 anos: trajetórias, internacionalização, desafios e participação dos(as) pesquisadores( as). Ele diz que "O congresso está excelente; a pauta, interessante; e as discussões bastante coerentes", mas que sente falta da presença da mídia, "para divulgar pesquisas extremamente importantes, como a apresentada pela UERJ, mostrando que o desempenho dos estudantes cotistas é academicamente superior ao dos que não entraram por meio de cotas. É uma pena que resultados como estes não sejam divulgados".
DIÁLOGO - "Ampliar e abrir espaços para que os(as) intelectuais negros(as) possam apresentar e divulgar os seus trabalhos é um dos principais focos da ABPN. A realização deste VI Copene é a continuidade de um árduo trabalho que desenvolvemos há dez anos e que, para nossa felicidade, tem crescido com vigor. Proporcionar o diálogo, as trocas, e refletir sobre o desafio da inserção acadêmica desses pesquisadores são alguns dos nossos objetivos", relata Eliane Borges, que foi sócia-fundadora da ABPN, e participa da mesa sobre os 10 anos da instituição.
A escolha da temática do Congresso levou em consideração a atual conjuntura brasileira, na qual os segmentos negros organizados reivindicam o incremento de mecanismos jurídicos-polí ticos de constituição material de direitos, como, por exemplo, a Lei 10.639, que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas do país e a implementação de políticas de ações afirmativas.
O VI Copene foi precedido pelo I Simpósio Internacional da ABPN - Construindo conhecimentos e conectando as experiências do Brasil e da diáspora africana, que aconteceu nos dias 25 e 26 de julho, também no Rio de Janeiro. O encerramento do congresso, na quinta (29), conta com o apoio da Fundação Palmares, e será recheado de muita música, exposições de artes plásticas e, para completar, degustação de pratos de origem africana.
FONTE: ASCOM / PALMARES
O VI Copene foi precedido pelo I Simpósio Internacional da ABPN - Construindo conhecimentos e conectando as experiências do Brasil e da diáspora africana, que aconteceu nos dias 25 e 26 de julho, também no Rio de Janeiro. O encerramento do congresso, na quinta (29), conta com o apoio da Fundação Palmares, e será recheado de muita música, exposições de artes plásticas e, para completar, degustação de pratos de origem africana.
FONTE: ASCOM / PALMARES